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Com ‘fome de bola’, Paula Pequeno encara novos desafios em Bauru

07/07/2017



Fonte: Marcelo Ferrazolli - Assessoria de Imprensa Vôlei Bauru

Bauru (SP) - Ela já tem carreira consagrada no vôlei, com inúmeros títulos, como o bicampeonato olímpico, ao longo de uma trajetória na modalidade pra lá de vitoriosa e recheada de conquistas. Por isso, a ponteira Paula Pequeno, um dos principais reforços do Vôlei Bauru para a temporada 2017-2018, encontra nos novos desafios a principal fonte de motivação para, aos 35 anos, continuar jogando e lutando por vitórias em quadra. E atuar pelo Vôlei Bauru é o seu atual desafio, “missão” para a qual ela já vem se preparando há tempos. Apresentada oficialmente nesta sexta-feira de manhã, em coletiva à imprensa realizada no Ginásio Panela de Pressão, Paula Pequeno abordou este e outros assuntos e falou até da possibilidade de encerrar a carreira em Bauru.

“ Após uma carreira longa e vitoriosa, hoje o que move são nossos desafios e estar aqui encarando novos desafios é minha dose de motivação diária para dar tudo o que tenho. Me preparei para chegar bem e acredito que minha experiência possa colaborar muito e, além do lado mãezona, tem a experiência na prática e a parte física que venho cuidando com muito carinho e é o que está fazendo prolongar minha carreira. Espero me tornar uma cidadã de Bauru não só em uma temporada, mas em várias e que eu consiga superar as expectativas”, destacou a ponteira.

Após três meses de “férias” e uma intensa preparação fora das quadras, Paula Pequeno iniciou esta semana os treinamentos com o restante do elenco do Vôlei Bauru. E voltar novamente à quadra era o que a ponteira mais desejava, pois garante ter chegado com “fome” de bola. “De alguns anos para cá tive um “clique” que para continuar jogando em alto nível com essa molecada alta e jovem que está vindo aí é preciso fazer algo mais. Sinto que preciso fazer mais e uso todos os recursos necessários para deixar meu corpo alinhado e evitar lesões. Tenho certeza que isso vai me ajudar muito e, quando voltei agora para as quadras, me senti muito leve, solta e com muita fome de bola. Volto com tudo”, ressaltou a atleta.

Paula Pequeno também analisou o atual elenco do Vôlei Bauru e projetou as perspectivas para o futuro da temporada. “Minha expectativa sobre o projeto é de crescimento. Espero realmente que possamos elevar todos os lugares que a gente chegou em todos os torneios. Já tenho traçadas em minha cabeça metas a curto, médio e a longo prazo e isso acaba sendo uma semente plantada na cabeça de cada uma por meio de treinamento, experiência e demonstração do que é ser competitiva e do quanto é bom ganhar. É buscar a vitória em cada dia e em cada passo, porque com muito trabalho e dedicação o resultado acaba vindo. Não tem como prever o resultado, mas tem como buscar resultados cada vez melhores”, analisou a ponteira. E acrescentou:

“Temos um time coeso, talentoso e que tem muita chance de dar certo. Agora é torcer para dar liga, o que se vai conquistando diariamente. Com esse talento todo e a experiência da comissão só precisamos de tempo para dar uma cara para o time.”

Aposentadoria

Paula Pequeno também falou sobre a possibilidade de se aposentar das quadras. Consciente que está, em suas próprias palavras, na fase final de sua carreira, a ponteira não pensa em aposentadoria no momento e não descarta até mesmo encerrar sua carreira atuando pelo Vôlei Bauru.

“Quero poder inspirar essas meninas novas do elenco. Que elas vejam em mim algo que necessitem como motivação e prospecção de carreira e eu possa deixar um legado para elas a cada dia que passa. Espero sim ficar aqui o tempo que for necessário e bom para todo mundo, construindo e conquistando meu espaço e que isso se torne cada dia mais valioso e duradouro para, quem sabe, até encerrar a carreira aqui, o que seria muito bonito”, enfatizou Paula Pequeno, para depois concluir:

“Amo muito o que faço e tenho me cuidado muito. O dia que eu perder o amor ou meu corpo não aguentar, então, é hora de parar. Não limito a minha carreira. Enquanto estiver sentindo esse tesão, essa vontade de treinar, jogar e querer ganhar, isso é uma chama acesa que ainda está dentro de mim e estou cuidando do meu corpo para ele aguentar. Sei que estou na fase final de minha carreira e tenho até três empresas caminhando para ser uma nova fonte de renda. É preciso pensar nisso e não se pode prever quando é que se vai dar esse clique que é hora de parar. Vamos na base do amor e da saúde.”

O início

Paula Pequeno começou sua trajetória no vôlei na infância, por influência da mãe e do irmão. Diferentemente do que muitos podem imaginar, a vida de Paula Pequeno no vôlei começou como torcedora. Aos 12 anos, ela assistia a uma partida de seu irmão Cláudio e, da arquibancada, sua presença no ginásio não passou despercebida pelo técnico Jorge Gabiru, que, impressionado com sua altura, a convidou para uma seletiva da Associação dos Servidores do Banco Central (ASBAC), em sua terra natal Brasília, dando início à sua trajetória de sucesso.

O contato de Paula com o esporte, porém, já havia acontecido algum tempo antes, ainda dentro de casa. O vôlei sempre esteve enraizado em sua família, começando por sua mãe Gercione Leite Marques, atacante do time de vôlei do Ministério da Educação/Capes/MEC, que sempre levava os filhos para os jogos de final de semana.

Além de se espelhar na mãe e no irmão para seguir na carreira, Paula teve o incentivo e apoio do tio Max, outro aficionado por esportes que foi fundamental para a consolidação de sua carreira, já que a levava para os treinos e acompanhava todos seus jogos desde o início.

Em 1994, aos 12 anos, começou a atuar pela ASBAC e, aos 13, já estava na seleção brasiliense de vôlei. Em 1996, ainda em Brasília, recebeu convite para testes nas equipes Nestlé, Pinheiros e BCN, em São Paulo. A mudança para São Paulo aconteceu no ano seguinte, quando entrou para o BCN. No mesmo ano, mudou para o Nestlé, atuando ao lado da jogadora Leila. Em 1998, aos 16 anos, Paula foi para o Dayvite, onde conheceu o técnico José Roberto Guimarães e dividiu as quadras com Ana Moser, de quem já era fã incondicional. No ano seguinte, Paula retornou para o BCN, que, mais tarde, passaria a se chamar Finasa/Osasco, que deu origem anos mais tarde ao Sollys/Osasco, equipe que ficaria marcada na história de Paula para sempre.

Clubes e seleção

A trajetória de Paula Pequeno é vitoriosa nos clubes e na seleção brasileira. A ponteira fez história no Osasco, equipe que passou 11 anos de sua carreira e conquistou o tricampeonato da Superliga e o octacampeonato paulista. Além do ASBAC, Nestlé, Dayvit, Osasco e Vôlei Futuro, Paula também jogou fora do país em duas oportunidades: no Zarechie Odintsovo, da Rússia, de 2009 a 2010, onde foi campeã russa, e no Fenerbahçe, da Turquia, de 2012 a 2013, ano em que fez sua “volta para casa” para defender o Brasília na Superliga.

Já pela seleção sua trajetória começou quando tinha 15 anos, época em que treinou por seis meses com a seleção brasileira juvenil. Mas a estreia com a “amarelinha” ocorreu aos 17 anos. Aos 18, recebeu sua primeira medalha como vice-campeã mundial. Em 2001, aos 19 anos, sagrou-se campeã mundial na categoria sub-20 e, no ano seguinte, começava a figurar na seleção principal.

Com carreira meteórica e apontada como a grande esperança do Brasil nas Olimpíadas de Atenas, em 2004, Paula Pequeno se preparava para estrear na mais importante competição do planeta quando uma grave lesão no joelho esquerdo a privou do sonho olímpico daquela vez.

A volta por cima de Paula após a lesão começou com os títulos do Grand Prix com a seleção em 2005 e 2008, mas não parou por aí. O ciclo olímpico de Pequim chegava a seu final com a expectativa dos jogos no país asiático em 2008, quando as brasileiras entraram como favoritas, mas ainda traumatizadas com a derrota na final de quatro anos antes, ainda sem Paula Pequeno.

Com campanha quase perfeita, porém, o time liderado por José Roberto Guimarães não deu chance para as adversárias, perdeu apenas um set na competição e chegou à tão sonhada medalha olímpica na China. O grande destaque daquele time foi justamente Paula Pequeno, eleita a MVP dos Jogos Olímpicos naquele inesquecível ano na carreira da ponteira, que ainda marcou presença entre as dez melhores atletas da competição em três fundamentos: ataque, bloqueio e defesa.

Depois de ganhar a medalha de ouro e ser MVP nos jogos olímpicos de Pequim-2008, Paula Pequeno chegou a Londres-2012 como uma das líderes e mais experientes da equipe comandada por José Roberto Guimarães que faturou o bicampeonato olímpico em Londres.



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